terça-feira, 8 de novembro de 2011

As Tribos de Erelliél

Guerreiro Fándra, obra de 262 TE, de Elvóndel.
Grande parte do que se sabe sobre os Povos Erellienses deve-se aos estudos e descobertas feitos pelos elfos Anorfimbor e Vénduil, que fugiram dos Domínios Élficos durante a Guerra do Silêncio indo diretamente para Erelliél, onde permaneceram até o fim da invasão, em 1788 da Segunda Era¹. Muitos simplesmente ignoram Erelliél (do élfico, erel + liél), cuja única riqueza é a flora e a fauna, já que nestas terras não existem montanhas que possam ser mineradas e nada do tipo. Os únicos que demonstraram interesse aqui foram os elfos, que já visitaram muitas vezes a região em busca de remédios naturais, como ervas, seivas de árvore e etc. Porém, os riscos são grandes, tribos hostis de homens-animais vivem espalhadas entre as eäril-períl², árvores muito comuns na região, e estas pequenas comunidades primitivas não recebem muito bem os forasteiros e vivem lutando até mesmo entre si, mas raramente elas entram em contato umas com as outras, justamente para evitar o derramamento de sangue.

Até onde se sabe, essas tribos felinas acreditam em entidades místicas que decidem o destino de todos os seres vivos, mas não têm conhecimento de Amithrandel ou simplesmente recusaram-se a venerá-la. Com tão pouco conhecimento sobre as Forças que atuam ao seu redor, os Povos Erellienses não são usuários de magia, embora conheçam muitos segredos da natureza, principalmente quando estão relacionados à cura de doenças, envenenamento ou feridas, muitos acreditam que as técnicas medicinais usadas pelos elfos são métodos erellienses um pouco mais aprimorados.

Caçador Silencioso, obra de 257 TE, de Elvóndel.
Por toda Erelliél é possível encontrar escrituras estranhas em pedras ou troncos de árvore, sinalizando que aquela área pertence a uma tribo e que é melhor sair dali para evitar confusão. Existem quatro tipos de homens-animais, cujas tribos são divididas de acordo com a raça, que são (de acordo com as nomeações de Anorfimbor e Vénduil): Fándra, os furiosos homens-tigre, Haralas, os silenciosos homens-pantera, Cáluril, os sábios homens-onça e Nithril, os velozes homens-leopardo. Sabe-se também que algum dia viveram nestas mesmas terras homens-leão, mais fortes e inteligentes do que todas as outras quatro raças de homens-animais, porém, foram extintos devido à batalhas travadas entre eles mesmos. Os Cáluril, que têm mais conhecimento sobre o passado de Erelliél, contam que isso aconteceu entre os anos de 400 e 500 da Primeira Era.

¹ A Guerra do Silêncio foi o nome dado a batalha entre elfos e orcs dentro dos Domínios Élficos, iniciada em 1750.
² Eäril-períl traduzido do élfico ao pé da letra seria “árvore folhosa” ou “árvore folhuda”, mas estas árvores não conhecidas em outras línguas como “árvore-de-muitas-folhas”.

sábado, 5 de novembro de 2011

A Magia - Parte 1

A Fundação da Mithrawén Mílmanduil,
obra de 152 TE, de Elvóndel.

Segundo Amithrandel, a magia, também chamada pelos elfos de manduil, é uma terceira Força, que pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal, porém, alguns têm mais facilidade do que outros para manipulá-la¹. E quando se fala de magia não podemos esquecer da Árvore Branca. Sabe-se que Eärilmanduil permitia aos elfos canalizar a magia por meio de suas propriedades místicas e usa-la a seu favor sem nenhuma dificuldade. Porém, após a invasão dos Domínios Élficos em 1750 da Segunda Era, muito sangue foi derramado no solo das florestas sagradas até então sob a graça e a benção de Amithrandel, causando um dano irreparável ao poder da Árvore Branca, que se auto-destruiu, deixando Erellon para sempre, partindo com o espírito da Força da Luz para dimensões desconhecidas. Depois destes acontecimentos, a magia continuou sendo praticada, mas apenas pelos elfos mais antigos e em proporções muito menores.

Em 100 da Terceira Era, nasceu a Mithrawén Mílmanduil (do élfico, “Ordem de Praticantes de Magia” ou “Ordem dos Destros em Magia”), fundada por algumas dezenas de elfos que se dedicam a explorar os caminhos desta força natural espetacular que é a magia. Os Mílmanduil foram responsáveis pelo grande avanço das artes mágicas, descobrindo inúmeras formas de manipulá-la, como por movimentos braçais, gestos simples, cânticos e até mesmo através da música.

Existem também os chamados “lugares mágicos”. Têm-se conhecimento de apenas três destes lugares, que são: o Grande Carvalho e até onde as sombras de suas folhas alcançam, a Passagem de Ennor, que pode ser imaginada como um túnel invisível por onde as águas das Cataratas de Ennor passam e enquanto estiverem dentro deste “túnel mágico”, podem sofrer alterações sobrenaturais, e por último a Mesa de Pedra¹, cuja localização fora esquecida, mas sabe-se que está escondida nas entranhas dos Montes Eonar. Os lugares mágicos funcionam de uma forma semelhante à Eärilmanduil, a Árvore Branca, porém, de uma forma mais independente. Vocês poderão aprender mais sobre isso na segunda e última parte desta postagem que será disponibilizada muito em breve.

¹ Segundo os anões, Amithrandel esculpiu uma Mesa de Pedra e em uma pedra sobre esta modelou dois anões: Tálin e Dís. E de acordo com os registros da Segunda Era, a passagem que conduzia até a Mesa de Pedra fora bloqueada por um desabamento no retorno de Maldogosh aos Montes Eonar em 1221, nos tempos de Mondabradék.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Minotauros em Teremas

Nesta época, sabia-se menos sobre minotauros do que se sabe nos dias de hoje, e até o dia que chegaram a Teremas, eram desconhecidos pelos Povos das Terras Verdes, como eles mesmos costumavam dizer. Eles vieram de Umírahan e falavam uma língua estranha e de poucas palavras, pois eram poucas as coisas que eles nomeavam, nem mesmo os próprios minotauros tinham um nome, sempre eram chamados por alguma característica marcante ou por algum feito importante que fizeram, alguns exemplos são: Chifre Quebrado, Esmagador de Crânios, Quebra Ossos, Punho de Rocha¹. Eram poucos os minotauros que falavam a língua dos homens, mas aprenderam bem rápido, apesar de terem um sotaque muito forte e fazer com que a pronúncia das palavras se tornasse sombria e sem beleza, devido à suas vozes grossas e apavorantes, que não foram feitas para demonstrar amor ou elegância.

A Garota e o Minotauro, obra de 1712 SE,
de Galerram.

O primeiro alvo destes brutamontes de dois chifres foi o vilarejo de Illidan, a poucas milhas de distância do Grande Deserto. Era uma tarde ensolarada quando eles cercaram a região e, segundo a lenda, uma garotinha inocente dirigiu-se até o minotauro que guiava os outros e lhe ofereceu uma maçã recém colhida de uma macieira da floresta. Conta-se que a criatura olhou para a pequenina e, com sua pata mais forte e pesada, esmagou a jovem humana antes que ela pudesse perceber o que estava acontecendo.

Illidan estava localizado em uma região conhecida como Relvado, pouca habitada e sem muita abundância em fauna e flora. Sem nenhum exército para impedir o avanço dos minotauros, eles tomaram Relvado em questão de dias, prenderam muitos homens e mulheres em jaulas improvisadas, mataram os que resistiram e lá permaneceram até o fim de sua invasão. O motivo pela demora da chegada do exército a Relvado é que, além da distância que precisava ser percorrida pelos soldados, a mensagem de que Relvado havia sido tomada pelos minotauros só chegou aos ouvidos de Araglos, o Astuto, rei de Teremas na época, um ano após a região ter sido tomada por completo.

Por volta de 1625 SE, pessoas de cidades e vilarejos de Relvado e também de algumas regiões próximas², reúnem-se em Garra Velha, uma das poucas cidades de Relvado que ainda não haviam sido atacadas pelos inimigos de Umírahan e fundam a Resistência de Garra Velha, que lutaria contra os minotauros devido à demora do exército. A Resistência de Garra Velha nunca desistiu da luta, mesmo sendo derrotados na maioria das batalhas, e nos dias de hoje, muitas pessoas que moram em Relvado se orgulham em dizer: “Meu antepassado pertencia a Resistência de Garra Velha”.

Araglos, o Astuto, retrato de 1630 SE,
por Geovanna.
Então, numa manhã quente, no décimo quinto ciclo de 1629 da Segunda Era, cerca de três mil homens vindos da outra extremidade do reino entram em Relvado, montados em cavalos e carregando escudos redondos de madeira, pintados com o emblema de Teremas³. Finalmente! O exército havia chegado! A Resistência os receberam em Garra Velha, onde os guiaram até o Rio da Ferradura para de lá seguirem limpando as cidades tomadas, mas, para o azar deles, os minotauros os emboscaram, alguns dizem que tenha sido trabalho de um traidor e é bem possível que tenha sido embora nunca tenham achado-o. Eram cerca de mil e duzentos minotauros de acordo com os relatos de Araglos, o Astuto, que liderava o exército ao lado de seus generais nesta batalha. Vieram de todos os lados, grandes e resistentes, dotados de músculos avantajados que lhes permitia carregar armas imensas e pesadíssimas para as mãos de um único soldado humano.

Muitos dos membros da Resistência de Garra Velha caíram na Batalha da Ferradura, assim como os soldados de Teremas, Araglos ficou arrasado e por pouco também não perdeu sua vida, mas a missão para qual vieram estava cumprida. Os minotauros remanescentes correram de volta para sua terra longínqua para nunca mais voltarem e Relvado teve sua população restabelecida.

¹ Estes quatro exemplos são os únicos nomes de minotauros conhecidos.
² Thell e Nad Marach.
³ Um “T” dourado.

Acontecimentos da Primeira Era

As Sementes de Eärilmanduil
O casal de elfos, Lómil e Calathien, completavam um ano de estadia em Erellon, eram até então os únicos seres capazes de pensar racionalmente. De acordo com a história contada pelos mesmos, era uma tarde ensolarada, eles ainda estavam muito impressionados com a beleza das paisagens e dos animais que as habitavam, Calathien banhava-se numa parte mais rasa do Ennor trajando um vestido de seda quase transparente, enquanto Lómil analisava a copa de uma árvore próxima da margem do rio (na verdade, Lómil planejava a construção de uma casa sobre a árvore, ele mesmo fazia questão de mencionar isso quando esta história era contada).

Calathien sentiu a correnteza do rio, que era leve e gostosa, aumentar-se imensamente, o vento soprou forte e uma grande onda formou-se contra a correnteza, chegava a ter o dobro da altura da elfa. A onda se separou do rio e tomou a forma de um globo de água flutuando no ar, a correnteza diminuiu assim como o vento e a esfera líquida foi aos poucos tomando a forma de um ser de aparência semelhante à deles, porém um pouco mais robusto e estranhamente composto de água. Calathien soltou uma exclamação e saiu rapidamente do rio, ficando deitada na margem barrosa.

– Lómil! Lómil! – Ela gritou sem tirar os olhos daquela estranha cena – Venha ver isto!

Lómil virou-se assustado para sua mulher, e logo notou o ser que se formava e pousava com a leveza de uma pluma sobre as águas do Ennor.

– Não temam, meus queridos elfos – Disse o ser de água, com uma voz feminina e agradável aos ouvidos – Eu sou a força por trás de sua criação e a mim não devem temer, não faço mal a qualquer criatura que deseje o bem destas terras.

– E o que procura entre suas humildes criações? – Indagou Lómil.

– Desci de meu lar entre as estrelas para lhes presentearem com esta semente mágica. – Uma semente razoavelmente grande materializou-se na palma das mãos estendidas de Lómil. – E ela dará origem a uma árvore branca, que poderá absorver a magia presente na natureza para ser usada conforme os elfos desejarem.

E nada mais se sabe. Os relatos a seguir devem-se em sua maioria à Amorfiwén, elfo historiador nascido em 426 PE que viveu muitos anos ao lado dos primeiros de sua espécie.

O Encontro com Oliligord
Gladriendra deliciava-se com o perfume de seu jardim de rosas, não muito longe do Ennor, ela as admirava com amor e compôs muitas músicas em harpa que só eram tocadas em seu jardim, para que assim se tornassem especiais. E foi num destes dias, enquanto compunha uma música a só, rodeada de rosas, que viu um ser grande e meio desajeitado movendo-se sobre as águas do Rio. Era alto, os três metros de profundidade não chegavam a sua cintura. Sua aparência lembrava a de uma árvore, ou talvez ele realmente seja uma árvore, só que diferente, com raízes semelhantes à pernas e braços parecidos com galhos, seu cabelo era uma copa de folhas verdes que tinha um brilho único debaixo da luz do meio-dia. Os olhos eram escuros como pérolas negras e o nariz e a boca era de madeira. Este era Oliligord, o primogênito dos celks, árvores literalmente vivas, com capacidade para ver, falar e ouvir.

Estes foram os primeiros momentos do encontro e também o único registrado. Nada foi encontrado sobre como os celks adaptaram o élfico a seu jeito ou como Gladriendra lhes ensinou a falar.

Os Amigos dos Elfos
Foi um dia muito feliz tanto para os elfos quanto para os humanos. A grande Água Branca carregava agarrados em suas penas, Silamus e Nessana, que segurava um pequeno Dalehar, todos os três maravilhados com a beleza de Erellon vista dos céus. E eis que entre algumas árvores não muito longe de um rio de água cristalinas, os humanos notam uma construção e antes que pudessem formular uma pergunta, Alialith começa a falar:

– Aquela é Falithédien, a casa dos elfos. – A água disse, dando um rasante na direção das árvores e pousando em uma clareira.

O mato alto alcançava o joelho de Silamus e Nessana e pareciam ser mais verdes do que em outras regiões, também pareciam crescer com mais gosto de vontade debaixo da sombra fresca daquelas árvores ainda tão jovens.

– Vejam, Alialith está de volta! – Gladriendra gritou, com um sorriso delicado no rosto.

Amigos dos Elfos, obra de
321 PE, de Síl-Gandir.
Os elfos receberam os humanos com muito prazer, Lómil e Calathien tornaram-se grandes amigos de Silamus e Nessana, que viveriam com eles por 13 anos, aprenderam muitas coisas que mais tarde serviriam de grande ajuda para o desenvolvimento de sua raça.

– Estes são os humanos, filhos do Grande Carvalho, e estes são os elfos, filhos da Passagem das Águas. – Disse Alialith, apresentando pela primeira vez os humanos ao elfos.


E assim tem-se início a amizade entre os elfos e humanos, que futuramente seria esquecida pela maioria deles e os humanos raramente entrariam em contato com os elfos. Durante a despedida, antes de voltarem para sua terra, Calathien compôs uma música em sua harpa dourada, a qual chamou de Amél (do élfico, “Amizade”) e esta só seria tocada mais uma vez por Gladriendra, em seu retorno aos Domínios Élficos após o insucesso em sua caçada por Ungôro, porém, o nome e beleza da música seria lembrado até o fim dos tempos, infelizmente, apenas lembrado.

A Peregrinação dos Kelesethi
Sobre a mudança dos kelesethi para as Montanhas Negras pouco se sabe, já que estes não registravam de forma organizada sua história. Porém, durante a fortificação da Profundidade pelos anões, alguns deles encontraram grandes corredores onde pinturas usando uma estranha tinta arroxeada ilustravam a história dos kelesethi. Os anões tentaram traduzir os desenhos por completo, sem sucesso, mas descobriram que, de acordo com o que conseguiram traduzir, os kelesethi viviam em guerra com sua criadora, a Terentatek, e sua filha Ungôro, pois eles recusaram-se a servi-las, até o dia em que o próprio Lozagon, que até então não dava atenção para isso, os expulsaram da Profundidade.

A Morte de Lómil e Calathien
Segundo os primeiros registros, a população élfica nas margens do Rio Ennor durante o centésimo ciclo de 474 PE eram de aproximadamente 950 hédiens (termo usado por eles para designar membros de sua espécie independente de gênero ou idade). Até este ano, nenhum elfo havia sido morto ou tirado a vida de alguém, até que a aparição de Ungôro nas terras élficas, poluindo-as com suas oito patas imundas, resultou na morte Lómil e Calathien, os ancestrais de todos os elfos existentes. Conforme os registros dizem: a filha de Terentatek e também fiel servidora de Lozagon os atacou de manhã, enquanto caminhavam na orla de um bosque ao lado de Gladriendra e outros dois elfos não nomeados. Gladriendra era a única armada, empunhava um arco e algumas flechas, pois estava caçando para fazerem um banquete quando a noite chegasse. Os outros dois elfos (que possivelmente foram os autores destes registros) relataram que Gladriendra disparou três flechas contra a Ungôro, assim que ela se mostrou agressiva.

Gladriendra gritou chorosa quando viu os corpos ensangüentados de seus pais caírem sem vida na grama macia e verdejante, tingindo-as de um vermelho que sinalizava morte. Ungôro foi seguida pela filha primogênita de suas vítimas por três dias, até que ela desistiu devido à agilidade da criatura e voltou para seu lar, onde reuniu um grupo dos melhores arqueiros e partiram numa caçada que durariam anos. Não há registros sobre o retorno de Gladriendra, apenas que nunca encontraram a aranha assassina.

A Prisão de Lozagon
As gravuras no Salão Prateado dos Anões revelam que foi preciso muitos anos e incontáveis ciclos para poder finalizar a fortificação da Profundidade. Tárin, o Escultor, foi quem desenhou nos grandes portões de rocha da prisão a queda de Lozagon perante o poder de Amithrandel.

Fortalezas Khazarianas, obra de 1255 PE,
de Ereldur, filho de Faraldur.
Quando os anões chegaram às bordas do Grande Abismo, em aproximadamente 1100 PE, sabe-se que antes de iniciarem os projetos de construção, houve muitas batalhas contra os khazari, anões corrompidos que viviam e mineravam nas cavernas da Profundidade, inclusive, foram estes que forjaram a armadura e a coroa de Lozagon antes de seu aprisionamento. Segundo as gravuras do Salão Prateado, os anões corrompidos eram bem semelhantes aos anões comuns, porém, tinha a pele cinzenta e possuíam pouco cabelo e barba. Devido à sua inferioridade numérica, os khazari foram derrotados com facilidade.

Agora, com os Ferreiros de Lozagon extintos, Terentatek morta e Ungôro exilada, a Profundidade era apenas um abismo escuro inabinato, mas que ainda guardava alguns mistérios e ruínas das pequenas edificações khazarianas, incrustadas nas paredes íngremes do local.

Levaram oitocentos longos anos para o término da prisão, cujos portões eram feitos de rocha sólida com muitos metros de espessura, conforme fora recomendado por Amithrandel. Foi feito o uso de muitas bestas fortes o bastante para carregarem toneladas de pedras e também da sabedoria dos elfos, que selaram os portões magicamente fazendo uso de Eärilmanduil.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Cronologia: Segunda Era

Esta postagem unirá todos os principais acontecimentos em Erellon durante a Segunda Era, uma época onde os reinos e povos tomam conhecimento uns dos outros e, por consequencia disso, guerreiam entre si. Esta também foi uma era marcada pelo despertar de Ungôro, que traz seu Mestre de volta, e também pelo evento conhecido como O Abalo de Eärilmanduil. Futuramente, os fatos listados abaixo serão contados muito mais detalhadamente, incluindo diálogos e descrições das cenas mais marcantes. Segue abaixo a cronologia da Segunda Era, cuja duração foi de dois quinhentos e quinze anos.

98: Alialith renasce numa espécie híbrida, semelhante aos elfos, mas também com características de sua antiga aparência, uma águia branca.

303: Os orcs erguem Ugdûr-kalb e sua maior fortaleza, Drek'Thar, nas Montanhas Geladas.

415: Shoragash é acidentalmente despertado de seu sono pelos orcs, nas Montanhas Geladas e ataca Drek'Thar, em seguida voa rumo ao extremo Norte.

416: Shoragash chega ao seu destino: o Lar dos Dragões, onde seus irmãos e irmãs estavam adormecidos, e os acorda.

A Fúria de Shoragash, obra de 663 SE,
de Vondél.
437: Os dragões atacam Carvalho do Leste, uma pequena cidade habitada por humanos. Eles também realizam outros ataques à outras cidades, sendo eternamente odiados pelos humanos.

480: Forgorbash, o Dragão das Selvas, situa-se na Selva de Forgorbash, que ganhou esse nome pois serviu de moradia a ele por muitos séculos.

511: Rei Teremas, Senhor dos Cavaleiros, é eleito e dá origem ao reino de Teremas, a primeira nação humana de que se têm registro.

592: Morte do Rei Teremas, aos 202 anos de idade e 81 de reinado. A coroa vai para seu filho, Teremas II.

648: Os kelesethi atravessam o Desfiladeiro da Raíz Escura após ganharem a permissão dos orcs, que receberam em troca uma grande quantidade de ouro e metal negro, acredita-se que os kelesethi também exigiram alguns escravos orcs.

649: Alialith avista os kelesethi. Dias depois, avisa o Senhor dos Cavaleiros que o perigo se aproximava.

651: Príncipe Teremas III cavalga velozmente pelos campos de Amonshel, indo na direção da cidade e gritando a famosa frase: "O Inimigo está chegando! O Inimigo está chegando!", depois de ver o exército colossal dos kelesethi no horizonte. Inicia-se a Guerra dos Campos Verdejantes, pois a grande maioria de suas batalhas foram travadas nos campos que cercam o território de Amonshel.

657: Morte do Rei Teremas II na Batalha do Riacho Vermelho, com 89 anos de idade. A coroa é passada para Teremas III.

664: Morte de Anub'Nezar e Teremas IV, filho mais jovem do Rei Teremas III, na Segunda Batalha do Riacho Vermelho. Após a morte de Anub'Nezar, os kelesethi retornam para as Montanhas Negras, jurando vingança contra os humanos, porém, não conseguiriam cumprir este juramento.

713: Os orcs cruzam espécies lupinas dos tipos mais ferozes umas com as outras e criam os dûrgs, lobos gigantes e muito perigosos, conhecidos entre os outros povos como urioldúr (do élfico, uri + oldúr).
A Selva de Forgorbash, obra de 1204 SE,
de Naedus.

1120: O caçador Varagor, a aventureira Thalemma e o estudioso Rilmalas iniciam sua jornada à procura de dragões.

1125: O trio de caçadores de dragões (mencionados acima) encontram Forgorbash em sua Selva e o matam, cortando sua cabeça e levando-a de volta para Carvalho do Leste como um tófeu. Nesta mesma data Shoragash ameaça o rei dos Montes Eonar, o anão Monbraduk, filho de Monbrades.

1128: Shoragash e Maldogosh quebram as defesas anãs e invadem os Montes Eonar, roubando muitos tesouros dos anões, além de assassinar o Rei-dos-Montes Monbradúk, e deixando seu filho Mondabradék gravemente ferido.

1221: Maldogosh retorna aos Montes Eonar e tem um de seus chifres cortados por Mondabradék, que o guardará como troféu pelo resto de sua vida e irá passá-lo para seus filhos. Apesar disso, o filho do antigo Rei-dos-Montes Monbradúk é obrigado a recuar, deixando o Salão Prateado dos Anões e todas as preciosidades contidas nele sob posse do dragão Maldogosh.

1623: Os minotauros saem das terras desérticas de Umírahan, no extremo sul de Erallon e invadem Teremas através de Relvado, chegando ao vilarejo de Illidan onde, segundo a lenda, uma garotinha lhes oferece uma maçã, tendo como resposta um ataque brutal dos minotauros, que cortaram e esmagaram brutalmente camponeses desarmados. Eles realizam muitos outros ataques e dominam toda a região de Relvado..

1625: É fundada a Resistência de Garra Velha, que lutaria contra os minotauros.

1629: Os minotauros são expulsos na Batalha da Ferradura e assim retornam para Umírahan, onde reinaram sob as espécies menores e menos poderosas por muitos anos, porém, suas forças nunca mais invadiriam as terras verdes ao Norte.

Invasão dos Domínios Élficos, obra de 1779 SE,
de Elvóndel.
1750: Os orcs invadem os domínios élficos pelas Colinas Ventosas, dando início à Guerra do Silêncio. Amaríl, o Senhor das Florestas e marido de Gladriendra, usa Eärilmanduil para criar um globo de proteção em volta de Casadelfos.

1788: Fim da Guerra do Silêncio, com a vitória dos elfos, que receberam apoio de Teremas. O globo de proteção criado por Eärilmanduil é desfeito por Amaríl. A Árvore Branca fica muito fraca e seu brilho se apaga, tornando-se cinza e contorcida graças à quantidade de sangue derramado nas florestas puras dos elfos, deixando a própria Eärilmanduil abalada e sem vontade de viver.

1804: Nasce o reino de Isenor, no leste de Erellon, tendo como primeiro governante o Rei Astelihar.

1820: Com a morte de Astelihar, todos os seus três filhos, já maiores de idade (de acordo com os padrões da época), dividiram Isenor em três novos reinos: Arasinya, a Leste, Amilmandra, a Oeste, e Mumali, ao Sul.

1821-2500: Estes anos foram "tranquilos", sem novas guerras e grandes acontecimentos além do desaparecimento repentino dos dragões.

2501: Amilmandra e Arasinya declaram guerra, devido à problemas passados. Mumali permanece neutro.

2510: Exploradores mumalianos descobrem a toca de Ungôro, despertando-a. Ungôro assassina os exploradores e inicia uma longa viagem de volta para a Profundidade, sem saber que esta havia se tornado a prisão de seu Mestre.

2515: Ungôro, por ser uma monstruosidade dotada de poderes mágicos, quebra o selo de Eärilmanduil (que estava muito mais frágil devido à morte da Árvore Branca) sobre os portões da prisão de Lozagon, e o liberta. Este é o fim da Segunda Era, com o retorno da Força das Trevas para a superfície, embora seus poderes estejam imensamente reduzidos.

Curiosidades da Segunda Era:
→ Lómyndil, um famoso elfo pintor da Primeira e Segunda Eras, morreu durante a Invasão dos Domínios Élficos, com 2985 anos de idade.
→ Varagor e Thalemma morreram na Selva de Forgorbash, minutos depois de cortarem a cabeça do dragão, devido aos ferimentos causados pelo mesmo, Rilmalas foi quem levou a cabeça da criatura para Carvalho do Leste, mas conforme os anos foram passando a história foi se alterando.
→ Na Batalha da Ferradura, milhares de humanos morreram e apenas uma pequena porcentagem deles voltaram para suas casas, sendo que contavam com um exército três vezes maior do que o dos minotauros.
→ Astelihar era herdeiro do trono de Teremas, mas preferiu recusar e dar início a um novo reino no Leste, sendo seguido por mais de dois mil soldados e camponeses que apoiavam a ideia.
→ "Mumali" é o nome de uma flor muito bonita encontrada no reino Mumali, o que deu origem ao nome.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Casadelfos

Falithédien, obra de 819 PE, de Lómyndil.

Casadelfos, ou Falithédien (falith + hédien) na língua dos elfos, inicialmente era formada apenas por uma grande casa num bosque próxima do Rio Ennor, onde Lómil e Calathien viviam tranquilamente no início dos tempos com seus primeiros filhos e filhas. Esse nome foi dado por Silamus e sua família, que moraram com eles de 29 até 42 PE.

Conforme a população de elfos foi crescendo e exigindo mais espaço dentro da casa, Lómil e seus filhos construíram cada vez mais e mais residências, não só no solo, mas também no topo das árvores mais altas, onde as casas ficavam sobre plataformas de madeira chamadas pílad.

Após a morte de Lómil e sua esposa, Calathien, assassinados por Ungôro no Bosque das Lágrimas (chamado na época de Náulon, náu + lon), muitos elfos mudaram-se para outras regiões, entristecidos com a morte de seus ancestrais. Alguns foram para o leste, outros para o extremo norte, onde o vento soprava mais frio e o solo era branco, completamente coberto por neve. Agora nem todos os elfos estavam sob a proteção de Eärilmanduil.

Os elfos que permaneceram em Casadelfos deram continuidade à sua linhagem, e tornaram o pequeno vilarejo uma grande e belíssima cidade, onde a impureza dos servidores do Mal não alcança e nem a ganância e a selvageria de alguns outros povos atinge.